Biochar para remoção de carbono

Remoção a longo prazo do carbono atmosférico

O IPCC estima que de 10 a 20% das emissões atuais de gases de efeito estufa não podem ser evitadas em médio prazo. Isso significa que, mesmo com grandes esforços para reduzir emissões na fonte, a humanidade vai continuar a enviar à atmosfera 5 a 10 bilhões de toneladas de equivalentes de CO2 até 2050, principalmente da agricultura, transporte e de alguns processos industriais. Assim, será necessário remover uma quantidade similar de carbono da atmosfera para alcançar a neutralidade do clima até o meio deste século.

Soluções naturais de remoção de carbono, como plantar árvores, têm papel importante nessa empreitada, mas não serão suficientes, já que:

  1. elas carregam limitações físicas intrínsecas, como disponibilidade de terra para programas de reflorestamento;
  2. elas possuem um risco considerável de reversão, principalmente em razão de incêndios florestais, desmatamento e secas.

Assim, iniciativas industriais de remoção de carbono são necessárias como uma complementação, e precisam garantir a remoção a longo prazo. O biochar representa uma dessas raras soluções. Ele viabiliza a retenção do carbono no solo por centenas de anos; possui uma capacidade global e sustentável de remoção de até 2 bilhões de toneladas equivalentes de CO2 por ano; e é hoje a proposta mais madura a ser escalada, com tecnologia já disponível e amplo apoio científico.

O biochar é uma das poucas tecnologias de sequestro de carbono a longo prazo, e a que está no mais alto nível de prontidão tecnológica.

Mais alto nível de certificação

Os projetos da NetZero são certificados pelo Puro Standard (aprovado pela ICROA), a mais relevante certificação internacional para remoção de carbono a longo prazo. Sua metodologia se baseia nas conclusões de milhares de publicações científicas sobre biochar.

A metodologia da certificação Puro garante principalmente que:

  • a matéria prima provém de fontes sustentáveis;
  • a temperatura do reator é autossustentada pela reutilização do gás de síntese (syngas) do processo de produção;
  • o biochar é somente utilizado para fins agrícolas;
  • apenas a porção estável do carbono (mais de 100 anos de tempo de vida) é contabilizada;
  • todas as emissões da cadeia de valor são deduzidas.

A NetZero decidiu ir além dos requisitos da metodologia em cada estágio de sua cadeia de valor, adotando uma abordagem muito conservadora na seleção do tipo de biomassa e na quantificação das emissões da produção de equipamentos, operações gerais de transporte, consumo de energia e outras.

Vários benefícios associados

Operando seu modelo de negócios de ponta a ponta em países tropicais em desenvolvimento, a NetZero maximiza o impacto social e ambiental para além da remoção do carbono. Como os créditos de carbono são o que viabiliza o modelo da empresa, comprá-los possibilita:

  • a criação de empregos qualificados e de alta remuneração em áreas rurais;
  • o subsídio do preço de venda do biochar para agricultores, tornando-o acessível e garantindo um aumento de renda para pequenos produtores pelo uso do produto em suas terras;
  • a geração contínua de energia elétrica estável e renovável para uso local.

Créditos de alta qualidade para clientes da mesma qualidade

Os créditos de carbono foram por muito tempo alvo de estratégias corporativas para lucrar com causas ambientais sem ação real (greenwashing). Queremos garantir que a prioridade esteja sempre na redução de emissões na fonte e que os créditos de carbono sejam utilizados apenas para neutralizar as emissões inevitáveis ou difíceis de minimizar.

Assim, nossa política é oferecer créditos de carbono apenas para empresas com planos sólidos e confiáveis de emissões zero. Por exemplo, a BCG — nosso primeiro cliente — possui metas validadas pelo SBTi, está agindo firme e rapidamente para reduzir suas emissões na fonte, e fez o compromisso de atingir a meta de emissões zero em toda a sua estrutura até 2030. Além disso, o preço mais elevado de nossos créditos garante que esse método seja utilizado apenas em emissões muito difíceis de reduzir.

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